Sócrates começou a dedicar-se à caça e, com a sua mania das grandezas, em vez de se dedicar às lebres ou às perdizes, resolveu ir ao Alasca caçar ursos.
Depois de vários dias à espreita, avistou um urso grande, apontou e abateu o animal.
Depois de vários dias à espreita, avistou um urso grande, apontou e abateu o animal.
Estava a pular de alegria, quando sentiu uma pancadinha no ombro.
Era um urso maior ainda, sacudindo a cabeça em sinal de desaprovação:
-Não deverias ter feito isso - disse o urso - Mataste um dos meus semelhantes, e agora vais ter de pagar. Preferes morrer ou ser violado ?
-Não deverias ter feito isso - disse o urso - Mataste um dos meus semelhantes, e agora vais ter de pagar. Preferes morrer ou ser violado ?
Diante das circunstâncias, o Sócrates escolheu a segunda alternativa, entregando-se ao animal. Sobreviveu, mas jurou vingança.
Um ano depois, voltou ao Alasca disposto a matar o urso que o violentara.
Avistou-o, apontou e abateu-o com um único tiro.
Logo, sentiu uma pancadinha nas costas. Era outro urso, muito maior do que tinha morto.
O bicho repetiu o discurso do ano anterior:
-Mataste um dos meus semelhantes e vai ter de pagar. Preferes morrer ou ser violado?
-Mataste um dos meus semelhantes e vai ter de pagar. Preferes morrer ou ser violado?
Sócrates nem queria acreditar naquilo! A cena repetiu-se...
Jurando vingança, entregou-se ao animal monstruoso.
Nem esperou pelo ano seguinte, tal era a vontade de desforra e voltou ao Alasca.
Avistou o gigantesco urso, apontou e abateu-o com um tiro certeiro.
E sentiu outra pancadinha nas costas. Era um urso descomunal, que disse:
-Diz-me a verdade, tu não vens aqui para caçar, pois não ?!
-Diz-me a verdade, tu não vens aqui para caçar, pois não ?!
(In Voz de Cardigos)
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