UM SEGREDO BEM GUARDADO
(26 / Abril / 1971)
O que se passou no "ANGOCHE"?
O que fizeram aos seus 22 tripulantes?
O que fizeram à mercadoria que transportava?
Quem era o passageiro misterioso?
O relatório oficial, detalhado e secreto, conservado na PIDE/DGS em Lisboa,
desapareceu após o golpe militar Lisboeta de 25/Abril/1974.
QUEM SÃO OS ASSASSINOS/TRAIDORES???
16 comentários:
Nessa data, também desapareceram dos arquivos da PIDE/DGS os processos de muitos comunistas.
Como, por exemplo o do Dr. Álvaro Cunhal.
Porque teriam "desaparecido"?
Amigo "anónimo":
Provavelmente para não sabermos o nome dos criminosos.
Alguns residem em Portugal.
(Nunca de cá saíram).
Quer dizer: estiveram "em serviço", fora, "mas cá dentro"...
Os arquivos da PIDE iriam desmascarar, por exemplo:
1- A célebre fuga do Forte de Peniche. Uma "história" sempre mal contada.
Querem fazer-nos crer que a fuga foi um acto heróico dos elementos do PC.
Não, não foi.
Foi obra da PIDE/DGS.
Totalmente da PIDE/DGS.
2- A verdade sobre a morte de Humberto Delgado.
3-Os amigos do Dr. Mário Soares. Quem eram? Quem?!!!
Que cargos exerciam na PIDE/DGS???
O silêncio dos traidores.
Caro "Camilo" retribuo-lhe a visita ao "aromas"...
Um belo tema!!
Angoche, Pide/DGS, Humberto Delgado, Mário Soares... hum..tá bem, tá, até a barraca abana!
Então não é que o Cunhal foge dali miraculosamente ... pois muito interessante.
Tenho a minha opinião, claro que a tenho!!!!!!
até sempre
MR
Jantei a bordo do Angoche por volta das 19h30, 2 horas depois de sairmos de Nacala com o João Tavares e o António Sardo no dia 23de Abril de 1971.
Disse-lhes para se dirigirem para o convês com os coletes por volta das 22 horas e mandarem os Moçambicanos trazerem as caixas que diziam "FAP" para cima.
Caro Camilo:
Estranho este "ANÓNIMO" vir aparecer no teu Blog com comentários que me parecem mais um prenúncio de confissão do conhecimento de muitas das respostas que se vêm fazendo ao longo de todos estes anos. Eu estava em Moçambique quando ocorreu a explosão no "Angoche", que jamais foi explicada, pelo facto de não aparecerem tripulantes, mortos ou vivos, que pudessem deixar surgir um pouco de luz para este mistério. O "Anónimo" afirma ter jantado a bordo, com um João Tavares e um António Sardo, a quem pediu que usassem coletes de salvação e mandassem os Moçambicanos as caixas identificadas com "FAP" para o convés... presumindo eu que este anónimo será um dos tipos que "derreteu" o "ANGOCHE"... só não se sabendo "vendido" a que interesses. Parece ser pessoa que sabe muito do assunto e de outras coisas que ninguém ligará com o caso, mas que estarão relacionadas.
Que é estranho é... mas será alguém que não será cobarde e é competente naquilo que faz, dado ter cometido este atentado com o êxito que se conhece. Isto de este estranho "anónimo" é realmente aquilo que penso. Na Força Aérea, em Moçambique, desenvolveu-se uma teoria,sobre o "ANGOCHE", mas agora parece-me não ser apenas uma teoria. Um dia te direi qual.
Um abraço do Elias
Apesar dos anos, lembro-me perfeitamente. Estava de passagem no Escritório Central do Cais. Era sábado e o serviço era intenso. Apareceu um estafeta dum despachante oficial com uma nota de embarque para o Angoche, onde constavam granadas. O taxador fez questão de saber se elas estavam ou não espoletadas, pois com espoleta eram consideradas explosivos e pagavam uma taxa mais cara, o que não aconteceria se estivessem despoletadas. O tipo voltou para trás regressou dizendo que não, não estavam espoletadas. Ele calculou a nota.
Entretanto havia um funcionário dos CFM, já velhote, que ia para Porto Amélia de boleia, no Angoche. Ele e o carro. Era o José António.
Quando foi dado o conhecimento do desaparecimento do navio, a pobre da esposa metia dó, tal era a sua aflição. Era de cortar o coração. A coitada lá ia todos os dias ao Escritório Central falar com o Inspetor, numa vâ esperança de notícias. Saía de lá a chorar e soube que a sua aflição e desgosto era tão grandes, que nunca mais se deitou na cama conjugal e dormia num tapete no chão, ao pé da mesma.
Passaram-se uns tempos e um ajudante de despachante que tinha assistido à largada derradeira do Angoche, foi morto misteriosamente em sua casa. O assassino, cortou a rede da janela e matou-o com uma faca. Foi tudo tão silencioso, que a mulher que dormia ao lado, nem deu por isso.
Houve quem relacionasse as duas coisas. Que ele teria hipoteticamente visto qualquer coisa e o tinham morto para o silenciar.
Talvez fosse verdade, ou não. Na altura, com o terrorismo a dois passos, corriam muitas notícias a meia voz, algumas verídicas, outras não.
Mal sonhávamos nós que três anos depois aquilo ia tudo para o beleleu, entregue pelo Acordo de Lusaka, de qualquer jeito. Que ironia. Ainda se tivesse havido um consenso entre todos os que lá estávamos, sem a imposição de leis marxistas, que hoje estão a ser abandonadas, por incoerência!...
Caro "anónimo",
Acontece que também há uma morte "misteriosa" de uma funcionária Moçambicana, julgo que da Força Aérea, que terá sido empurrada de uma janela para a via pública e que teve morte imediata.
Fala-se, fala-se evidentemente, que o alto comissário, empossado pela maldita junta de salvação do pós 25/abrilada, que estaria "metido" no assunto.
Os traidores continuam por aí...
Um abraço.
O funcionário do CFM era José Pedro e não José António.
Quanto ao ajudante de despachante morto em casa era o Tony, que trabalhava no Despachante Oficial João Gomes Pelotas e constou ter visto o Angoche zarpar, pelo que hipoteticamente teria sido morto por se ter apercebido de qualquer coisa.
Conhecia-o pessoalmente. Se há excelentes pessoas, o Tony era uma delas.
O taxador era eu e passou-se exatamente assim.
Duarte Silva
Post Scriptum: Só não sei como hei-de sair do anônimo!... Vai mesmo assim.
Como Camilo!?
Na altura já não estava em Nacala, mas LM e não soube disso.
Já agora: O Alto Comissário não era aquele oficial da Armada, um tal Víctor qualquer coisa, que montou arraiais na boite Aquário na Rua Major Araújo, (para quem não sabe, rua de boites, bares e prostituição) onde, além de fazer presença com os seus marujos, bebia uísque de manhã à noite, pelo que ficou conhecido como o "vira-copos", ou esse tocava outra gaita, além dos copos, claro)?
Duarte Silva
Camilo:
Recordo haver alguém em Nacala, com quem cheguei a falar, por diversas vezes, que tinha o nome do nosso Amigo ex- "Anónimo": Duarte Silva.
Na verdade o Vitor Crespo, vulgo "Vitor Copos" ou "Garrafão com pernas", inefável Alto Comissário em Moçambique, tinha por hábito fazer da "Aquário" - dancing da Rua Araújo bastante frequentado pelas gentes deste incorrigível mestre da bebedeira, que nunca de lá saíu pelo próprio pé.
Eu trabalhava na Av. 5 de Outubro e ia frequentemente à Spanos, comprar material de desenho. Muitas das vezes me cruzei com tão "simpático Almirante". Muitas vezes referi, em conversas de amigos, que quer Angola, quer Moçambique haviam ganho o Almirante que mereciam... mas isso não é verdade, no caso Angolano. Agora em Moçambique, o desprezo que a população de Lourenço Marques tinha para com os Militares, veio a saír-lhes muito caro.
Tenho pena do que aconteceu ao Angoche, pois mil e uma questões se puzeram, mil e um culpados se arranjaram, mas a verdade é que as famílias nem lhes puderam dar a sepultura que mereciam.
Foi traição e assassínio... mas perpetrado por quem? a URSS? a China, a FRELIMO?, A CIA?, a DGS?
quem fez voar aquele barco? O que transportava, na realidade? Como foi preparado o golpe? Onde? São perguntas sem resposta, infelizmente.
Casimiro: Porque tú, tal como eu, sempre gostámos de dizer as coisas olhos nos olhos, deves estar satidfeito por se haver quebrado o mistério do "Anónimo do Angoche". Por causa dos muitos embarques e desembarques de material das Infras da FAP, cheguei a comunicar-me com o Sr. Duarte Silva... e muito folgo em ele estar a falar para o teu blogue.
Um abraço a ambos do Victor Elias
Eu estava no "Notícia" em Luanda quando aconteceu o "Caso Angoche".
Fui a Lourenço Marques e vi o navio encostado no Porto.
Anos mais tarde,encontrei em Lisboa um fotógrafo amigo, o Óscar Saraiva,que era fotógrafo d'"A PALAVRA". Aqui era fotógrafo da "Gazeta dos Desportos".
Falámos de várias coisas, das quais, da celebérrima
"DESCOLONIZAÇÃO EXEMPLAR, S.A.R.L."
O Angoche veio à baila e ele fez-me lembrar que, quando fotografou o navio ancorado onde eu o vi -em Lourenço Marques- que tinha uma grande circunferência preta no casco. Portanto, o navio foi pirateado.
Ficou de me mostrar várias fotografias do mesmo, mas estive pouco tempo em portugal e não houve hipoteses de as ver.
Entretanto, (de morte natural) o Óscar Saraiva veio a falecer de doença prolongada.
Descobrir os traidores do Angoche é meio caminho andado para a consolidação da Democracia neste "à beira mal plantado".
Não o conseguindo, é a continuidade desta corrupção generalizada.
Aliás, o que se passa hoje... é o reflexo -a continuidade- das traições havidas.
Ora aí vai um abraço Sr. Victor Elias.
Recordo-me de si perfeitamente do Escritório Central. Se é quem eu penso, costumava levar notas de descarga e embarque da tropa.
Eu frequentava muito o AB5 e o BCP32 e toquei naquele célebre conjunto em que o único civil era eu. O resto era pessoal do AB5. Tenho aí uma foto disso.
Claro que os civis em Lourenço Marques eram muito diferentes de nós, lá no Norte. Se eles eram separatistas em relação a nós, civis do mato, que fará com os militares! Não era por maldade, mas por bairrismo. LM era Moçambique e o resto mato.
Ainda se lembra do cinema do Parrô do Ferroviário?
Já agora:
O Casimiro será filho do Dr. Casimiro, médico em Nampula?
Um grande abraço para todos.
Duarte Silva
Amigo Duarte Silva,
O Elias, por engano, chamou-me Casimiro.
Julgo que foi erro dele.
Continue a mandar notícias.
Um Abraço.
OK e muito obrigado.
É um prazer falar com pessoas que entendem o nosso ponto de vista.
Cá destas paragens do Rio Grande do Sul vos mando um abraço.
Duarte Silva
O caso Angoche tem que ser forçosamente revelado aos Portugueses com a mesma relevância que a comunicaçaõ social revela os desmandos do Estado Novo.
Estaline não fez um acordo com Hitler que foi sempre negado pela URSS até á sua queda?
Porque é que não são revelados os nomes de todos os criminosos da dita esquerda Portuguesa, dos crimes que praticaram e que agora se arvoram em patriotas.
Quem tem medo da verdade?
Admiro-me porque é que este e outros casos que ocorreram não são divulgados em reportagens de investigação nos meios de comunicação social.
É preciso chamar os bois pelos nomes e é uma vergonha que Palma Carlos e outros bandidos sejam homenageados e todos aqueles que cumpriram com as suas obrigações de patriotas sejam descriminados e esquecidos.
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