Há uma dúzia de anos, acabado de ser evacuado para portugal, tive de deitar mão a uma das várias coisas que sei fazer na vida: jornais!...
Era, então, sub-director de dois jornais do Alto Alentejo (um semanal e outro quinzenal)... que escrevia, maquetizava e preparava graficamente, na Rua do Ouro, em Lisboa(!)...
Certo dia, (acompanhado pelo Seabra, jornalista reformado da extinta Anop) fui até Elvas para fazer várias entrevistas, e dar um cunho mais pessoal aos periódicos.
No dia seguinte, fui a Campo Maior, entrevistar o presidente da Câmara (socialista) na altura, o Gama Guerra.
O autarca debatia-se com uma série de problemas, começando pelo aterro sanitário; a Barragem do Abrilongo; os acordos com Badajoz... mais um interminável rol de entraves, a começar pela interioridade, principal causa do subdesenvolvimento da região.
Quanto a apoios, eles eram poucos. Não pressionava o governo do António (Guterres)... e, quanto ao João (o Nabeiro) também não lhe pedia nada porque ele (o João... o Nabeiro) sabia do que a autarquia precisava e ia dando uns apoios... era assim com o parque infantil, etc...!
Perante cenário tão negro e desmoralizante, perguntei-lhe, então:
-Sr. Presidente, para esta região se desenvolver em toda a sua plenitude... e ver-se livre desses problemas todos...
NÃO PRECISARIA, O ALENTEJO, DE UM HOMEM COMO O ALBERTO JOÃO JARDIM, DA MADEIRA?!!!...
Demorou a responder-me. Desliguei o gravador.
Depois... foi-me dizendo que, embora concordasse com as tomadas de posição do Alberto João, mas que discordava do método.
A esta distância, sempre que olho para o Alentejo, penso na Madeira (e na minha teoria)...
Que felizes que não seriam os alentejanos... e que próspero que não seria o Alentejo se tivessem lá um HOMEM como o ALBERTO JOÃO JARDIM!!!
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